O aumento do preço do café se tornou uma preocupação constante no dia a dia dos brasileiros. O grão moído registrou uma alta de quase 50,35% no acumulado dos últimos 12 meses, de acordo com o Índice Nacional de Preço ao Consumidor (IPCA), divulgado nesta terça-feira (11). Em janeiro, a bebida ficou 8,56% mais cara em relação ao mês anterior.

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Apesar do aumento no valor do café neste mês, a inflação de alimentos teve uma leve desaceleração em comparação ao mês anterior, que passou de 1,18% para 0,96%. Os produtos que puxaram essa redução foram, principalmente, a queda dos preços das batata-inglesa (-9,12%) e do leite (-1,53%). Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Panorama

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic), o custo do grão deve continuar subindo nos próximos dois meses. O valor pode aumentar ainda mais 25% nos supermercados.

Segundo o presidente da Abic, Pavel Cardoso, o aumento no preço deve continuar porque a indústria ainda não repassou ao consumidor todo o custo da compra do café, que encareceu 116,7% em 2024 – em relação a 2023. A Abic prevê que o valor do produto possa melhorar a partir do segundo semestre deste ano.

Principais motivos:

O clima é um fator muito importante no encarecimento do café. No ano passado, o clima gerou um estresse na planta, que precisou abortar os frutos para sobreviver, ou seja, impedir o desenvolvimento do grão. Além disso, problemas com geadas e ondas de calor vêm sendo registrados nos últimos quatro anos. Neste período, a indústria teve um aumento de custos de 224% com matéria prima, entretanto, para os consumidores, o café ficou 110% mais caro.

As guerras no Oriente Médio trouxeram um problema logístico na distribuição do produto. Como consequência, o embarque do café nas vendas internacionais encareceram, elevando também o preço dos contêineres, que é o principal meio para a exportação.

Atrás apenas da água, o café é a segunda bebida mais consumida no Brasil e no mundo. O alto consumo não aumentou apenas nacionalmente, os produtores brasileiros têm aberto espaços em novos mercados internacionais, o que influencia a oferta da bebida internamente. Por exemplo, a China se tornou um novo mercado para o café brasileiro. Isso porque, desde 2023, o país saiu da 20ª para a 6ª posição no ranking dos principais importadores de café do Brasil, que é o maior produtor e exportador mundial do grão.