A fotógrafa Clarissa Herrig lançou recentemente o fotolivro Mulheres de Sal, obra que dá visibilidade ao papel feminino na cultura marítima de Bombinhas. O projeto reúne relatos e imagens de 11 mulheres da comunidade pesqueira da cidade, trazendo à tona histórias de vida marcadas pelo trabalho, pela memória e pela relação profunda com o mar. O material pode ser acessado neste link: Mulheres de Sal, que também disponibiliza os áudios das entrevistas realizadas.

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Na publicação, Clarissa apresenta maricultoras, donas de peixaria, descascadeiras de camarão e pescadoras, personagens que revelam não apenas a rotina de trabalho, mas também infâncias interrompidas, responsabilidades precoces e a força silenciosa que sustentou famílias e modos de vida ao longo das gerações.

“Ouvi histórias de mulheres que acordavam antes do sol para preparar o alimento dos companheiros que partiam para o mar, enquanto permaneciam em terra sustentando a vida, cuidando dos filhos, transformando o que vinha da pesca e garantindo sua venda. Nelas encontrei a força silenciosa que manteve a vida entre mar e terra”, relata a fotógrafa.

Segundo Clarissa, a inspiração para o trabalho surgiu da necessidade de reconhecer a presença essencial das mulheres na pesca artesanal e na maricultura, atividades em que sempre estiveram inseridas, mas raramente vistas como protagonistas. O livro, portanto, busca provocar reflexão sobre a invisibilidade feminina e a desigualdade do cuidado.

O título Mulheres de Sal remete ao elemento que preservava o alimento nas antigas salgas, antes da eletricidade, e também ao suor como metáfora para o esforço e a resistência dessas mulheres.

Idealizado, produzido e fotografado por Clarissa Herrig, o projeto contou com curadoria de Lucila Horn e foi realizado com apoio da Prefeitura de Bombinhas, por meio da Fundação Municipal de Cultura e do Edital Mestre Cantalício Rocha 2024, além do suporte do Programa Escola do Mar.

Foto: Clarissa Herrig