“Corremos o risco real de fechar as portas”. O desabafo da presidente da Associação de Pais e Amigos dos Autistas (AMA) de Porto Belo, Adriane Loeblein, chamou a atenção durante a sessão da Câmara de Vereadores desta segunda-feira (15). A entidade, que atende 38 crianças e jovens com Transtorno do Espectro Autista (TEA), enfrenta dificuldades financeiras para encerrar o ano e precisa de apoio urgente.

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Fundada há três anos, a AMA inaugurou sua sede há pouco mais de doze meses. No local, oferece atendimentos em fonoaudiologia, psicologia, psicopedagogia e psicomotricidade, além de atividades voltadas ao acolhimento de famílias atípicas. “A AMA nasceu da necessidade de criar um espaço de suporte às famílias. Conseguimos desafogar a fila do SUS e reduzir a demanda no Ciapa e na Apae”, ressaltou Adriane.

A instituição vem se mantendo principalmente por meio de emendas parlamentares, com recursos já previstos no orçamento de 2026. O problema, no entanto, está no caixa de 2025: segundo a presidente, são necessários cerca de R$ 300 mil para garantir o funcionamento até dezembro.

Há um mês, representantes da AMA e vereadores buscaram alternativas junto à Prefeitura, mas o setor jurídico apontou entraves legais para novos repasses. A solução encontrada foi realocar emendas ainda não pagas de outras áreas para a associação. Após a sessão ordinária, a Câmara aprovou em reunião extraordinária um repasse emergencial de R$ 10 mil.

Para os vereadores, no entanto, a ajuda precisa ir além. “A gente sabe que, quando se quer, se consegue. Fechar a AMA seria uma derrota para o município”, afirmou Jonatha Cabral (MDB). O Professor Juliano (Progressistas) destacou que emendas parlamentares não podem ser a única fonte de sustento e relatou uma visita à AMA de Camboriú para buscar alternativas de captação.

Já Rodrigo Carlos (União) anunciou um repasse de R$ 100 mil do seu gabinete para 2026 e se colocou à disposição para articular apoio em esferas estadual, federal e junto ao empresariado. Jonas Amadeu (MDB) reforçou o apelo à Prefeitura e à população: “Tem o que fazer. É preciso sensibilidade e união de esforços para que a AMA continue de portas abertas”.