Nelmo Antônio Custódio Machado é um homem que acredita no poder das ações individuais. Filho da tradicional comunidade pesqueira do Araçá (portanto, filho de pescador), ele começou a trazer do alto-mar não apenas peixes, mas o lixo produzido pela tripulação e aquele que acabava preso nas redes. A atitude era inédita. Até então, os pescadores eram “meio relaxados”, conforme lembra. Hoje em dia, o exemplo tem inspirado outros.

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Nelmo foi um dos homenageados com a honraria Pescador Portobelense deste ano. A distinção é concedida pela Câmara de Porto Belo a homens e mulheres que fazem da pesca um meio de vida e, através de suas trajetórias, mantêm viva a tradição e a economia que historicamente associam Porto Belo ao mar. A lei que a regulamenta, de número 2898, foi sancionada em 2020. Terceiro ano em que a cerimônia ocorreu, neste 2024 a entrega foi feita na primeira semana de julho.

Filho de família humilde e ambicionando poder contar com um dinheirinho para “se vestir bem, dar umas voltinhas”, foi fácil para Nelmo escolher entre a profissão do pai e os estudos — a escola ficava distante do bairro. Pegou, porém, um tempo de dificuldade e de precariedade. “Hoje é mais fácil, modernizou muito”. Talvez pelo que passou, precisou abandonar a pesca após 25 anos de atividades. Um abandono relativo: o ex-pescador ainda desenvolve tarefas relacionadas à profissão, como entralhar redes.

Dos tempos de convés, além das histórias, permanece o orgulho de ter iniciado um movimento de conscientização ambiental entre os colegas. Seu sonho é vê-lo contagiar: “Se cada pescador tivesse uma atitude dessas, assim, seria bonito, né?”.

Confira o depoimento de Nelmo: