A época da tainha, entre maio e agosto, é a que Diego José Burger, 36 anos de idade, mais gosta. É assim desde quando tinha sete anos e, voltando da escola, encontrava o pai, Valdori, pescando de tarrafa no rio Perequê. O almoço deixava de ter importância — o que ele queria era ficar ao lado do pai, aprendendo a arte de tarrafear. “Quando eu estou na pesca, eu esqueço de tudo”, admite.

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Diego, o “Pezão”, foi um dos homenageados com a honraria Pescador Portobelense deste ano. A distinção é concedida pela Câmara de Porto Belo a homens e mulheres que fazem da pesca um meio de vida e, através de suas trajetórias, mantêm viva a tradição e a economia que historicamente associam Porto Belo ao mar. A lei que a regulamenta, de número 2898, foi sancionada em 2020. Terceiro ano em que a cerimônia ocorre, neste 2024 a entrega foi feita na primeira semana de julho.

Antes de completar dezoito anos, Diego tentou uma vaga para pescar em alto-mar. Era seu sonho. Os tempos, porém, eram outros: nenhum patrão quis arriscar ter um menor de idade na tripulação. Ao chegar à maioridade, arranjou emprego em uma pousada e desistiu da pesca profissional. Atualmente, trabalha como motoboy, e tem na tarrafa um hobby. Possui mais de 20, para diferentes usos. Cada tipo, tem um segredo, um jeito de arremessar. O seu jeito, afirma, é o tradicional, aprendido com o pai e o avô. E é esse jeito que ele está ensinando à filha, Sofia, de oito anos, para quem fez uma tarrafa sob medida, toda colorida. A menina é uma aprendiz entusiasmada: “Eu levo ela lá no Zimbros, que é um marzinho de calmaria, ela joga… Pensa numa felicidade!”.